Membro da RED INTERNACIONAL DE CUENTACUENTOS

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

CURRICULO DE JOSY MARIA CORREIA

Josy Maria Correia é contadora de histórias, atriz, compositora, musicista autodidata, escritora, arte-educadora, produtora cultural e pesquisadora de cultura popular brasileira e oralidade latino-americana, desde 1998. Formada pelo Colégio de Direção Teatral do Instituto Dragão do Mar de Arte e Indústria Audiovisual – Secult-Ce (1999-2001).

Como pesquisadora de oralidade tradicional brasileira e latino-americana percorreu oito paises: Bolívia, Colômbia, México, Cuba, Argentina, Uruguai, Peru e Brasil, coletando contos tradicionais e mapeando narradores.


Desenvolve cursos, palestras, oficinas e apresentações em eventos nacionais e internacionais, como: Mostra SESC Cariri das Artes (CE); Bienais Internacionais do Livro de Fortaleza (CE); Encontro Internacional de Contadores de Historias – Boca do Céu (SP); Simpósio Internacional de Contadores de Historias (RJ); Conto 7 em Ponto – Instituto Cultural Aletria (MG): Seminários de Educação Infantil e Arte-educação das Universidades Federal e Estadual do Ceará (CE); Circuito Cultural Banco do Brasil (CE); Festival de Teatro Brasileiro (MG/ES); Encuentro Internacional de Historias y Leyendas de Buga (Colômbia); Encuentro Internacional de Cuenta Cuentos Texturas 2010 (México); e, Festival de Narracion Oral Primavera de Cuentos em La Havana (Cuba).

Como arte-educadora atuou em projetos sociais como o Proares e o Centro de Convivência e Creche Madre Regina (http://www.crechemadreregina.zip.net/) e escolas da rede pública e privada de Fortaleza (CE) e desenvolve programas de Formação de Educadores em diversas instituições e municípios do estado do Ceará, desde 2002 através do núcleo Ateliê da Palavra, na qual é presidente.

Fundadora da Cia. Catirina de Pesquisa e Produção – Ateliê da Palavra (Fortaleza-Ce) (http://www.ateliedapalavra.zip.net/), agraciada pelos prêmios Intercambio e Difusão Cultural 2009 do Ministério da Cultura (Brasil/Colômbia) e Funarte – Fundação Nacional das Artes na categoria Artes Cênicas na Rua 2009 com o projeto Palco de Areia.

Pesquisa, dirige e produz espetáculos cênicos (teatro de rua/circo), performances, contações de histórias, eventos e shows musicais, tendo como referencial a Cultura Tradicional Popular Brasileira.

Idealizadora e curadora do projeto “MAR DE PALAVRAS, JANGADA DE HISTORIAS” (http://www.mardepalavras.nafoto.net/), desde 2006, oferecendo sessões de contos itinerantes para crianças e adultos. O projeto permaneceu por quatro anos ininterruptos no Centro Cultural Dragão do Mar de Arte e Cultura (Fortaleza-CE) e ampliou-se como Circuito Litorâneo PALCO DE AREIA, pecorrendo atualmente no litoral do estado do Ceará, coletando historias de pescadores e promovendo rodas de historias para colônias costeiras. A partir de 2010 o circuito Palco de Areia passa a abranger todo o litoral brasileiro (http://www.palcodeareia.blogspot.com/).

É curadora e idealizadora do Encontro Bienal de Narradores e Narrativas Tradicionais - CORDÃO DE HISTÓRIAS (http://www.cordaodehistorias.zip.net/) desde 2005, além de idealizadora da Rede Internacional de Narradores Tradicionais (http://www.narradorestradicionaisdomundo.blogspot.com/).

Membro da Red Internacional de Cuentacuentos (http://www.cuentacuentos.eu/).

Desenvolve projetos de Formação de Contadores de Histórias e Educadores no Ceará e atualmente em Minas Gerais, em parceria com o Instituto Cultural Aletria de Belo Horizonte - MG (http://www.aletria.com.br/).


Contatos: (31) 9176.7663
ciacatirina@hotmail.com
www.ateliedapalavra.zip.net

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Meus primeiros narradores orais...


Folhetos de Cordel


A Literatura de Cordel fez parte de minha família desde a infância de meus bisavôs. Muitas de suas histórias difundiram-se no nordeste brasileiro, desde sua chegada a partir do século XVI, especialmente no período colonial. Dependurados em cordões (dái a origem de seu nome "literatura de cordel"), os folhetos volantes despertavam a atenção dos transeuntes nas feiras populares, principalmente quando recitados por seus poetas-narradores ou cantados pelos repentistas, rabequeiros e emboladores da época.

Meus bisavós, aprendendo alguns versos e histórias, repassavam aos seus filhos e assim sucessivamente até chegar a mim. Recordo com muito carinho de meu bisavô padim João que gostava muito de recitar quadrinhas como esta:

"Quem tem barba puxa a barba,
quem não tem puxa bigode,
a mulher como não tem,
puxa a barba do bode!"

Padim João comigo (Josy Correia aos 3 anos de idade), Fortaleza, março de 1985

Minha avó materna Fransquinha Justino (foto abaixo) contava oralmente histórias e romances para minha mãe, também derivados em sua maioria de folhetos de cordel como "Os doze pares da França", "O Boi dos Chifres de Ouro" ou "Pavão Misterioso". Além das histórias e versos, perpetuaram-se cantigas, canções de ninar e histórias religiosas (como os milagres do santo padre do Juazeiro do Norte Cícero Romão Batista). Inclusive, foi esse padre que abençoou o casamento de meus bisavós quando ambos estavam prometidos a outros pretendentes e, indo pedir a benção do padre para seus casamentos, o mesmo diz que devem casar-se um com o outro e não com os pretendidos. Assim se faz e os dois casam-se vivendo felizes para sempre, como nos contos de fadas!


Fransquinha Justino (Juazeiro do Norte-CE)

Ainda através de minha mãe, Leni Crispim, herdeira de tantas histórias e que possuía rica oralidade, encantando-se em recontá-las para nós e de meu pai José Correia Filho que sempre gostava de recitar quadrinhas humorísticas, piadas, anedotas e pequenos causos, pude vivenciar o universo fantástico de nossa rica tradição oral.

 
José Correia Filho (Quixadá-CE)

Depois que cresci procurei registrar essas memórias, que muito contribuem ao meu trabalho como artista e contadora de histórias.

As quatro gerações da família Justino Correia: Leni Crispim, Fransquinha Justino, Monalisa Correia e Geovana Correia
(Juazeiro do Norte-CE e Fortaleza-CE)


Não podia deixar de citar neste espaço especial do meu caminho de aprendizado com estes primeiros narradores orais, duas pessoas fundamentais em minha vida, com quem muito aprendi. Não temos parentesco de sangue, mas certamente união de espírito-contador-e-parceiro: Júlia e Glauci Fiuza. Duas mulheres que me fizeram sentir a suavidade da vida através de suas histórias, vivenciadas a cada dia, pelo prazer de suas convivências em minha vida. Glaucita (grande narradora oral!) nos fazia rir com suas piadas, causos, anedotas e versos inesquecíveis e Júlia, com as histórias reais de sua infância e com as histórias lindas que criamos juntas.

À estas pessoas, parte de minha própria história, minha gratidão e amor!


Júlia Fiuza

Glauci Fiuza (Dona Glaucita)


Valorizar e preservar estas histórias repassadas da tradição oral é para mim uma missão e um grande prazer: referência de vida!


Josy Correia na época de suas primeiras histórias...
(Fortaleza, Ceará, Início dos anos 80)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

PARA INÍCIO DE CONVERSA...

Iniciei efetivamente o trabalho com contos tradicionais no ano de 2002, quando fundei em parceria com a atriz, musicista e narradora Júlia Fiuza, a Cia. Catirina de Pesquisa e Produção/Ateliê da Palavra, na cidade de Fortaleza (Ceará - Brasil).

Buscamos referências na oralidade tradicional brasileira por ser essa a filosofia principal do grupo e iniciamos atividades com oficinas de contos, a principio para crianças e posteriomente para adultos e educadores.

Em nossa primeira montagem cênico-teatral buscamos a promoção do diálogo entre o artista de rua popular e o brincante tradicional através do espetáculo "AS CATIRINAS - Uma Comédia Tradicional popular" (www.ascatirinas.nafoto.net), nos utilizando da liguagem oral através da literatura de cordel e de manifestações orais como o repente e o côco de embolada. O espetáculo participou de diversos eventos em todo o estado do Ceará e apresentou-se em cidades como Rio de Janeiro-RJ, São Paulo-SP, Belo Horizonte-MG, Rio Branco-AC e em países como México, Cuba, Colômbia e Bolívia.




Em seguida desenvolveram-se os espetáculos de contos e narrações que teve como primeiro o musical para crianças "CANTIGAS CONTADAS".




A partir do ano de 2004 decidimos investigar a cultura oral brasileira a partir da pesquisa in loco, em contato direto com comunidades narrativas espalhadas pelo estado do Ceará e desenvolvendo projetos itinerantes que associavam apresentações de nosso repertório à coleta e mapeamento de narradores e narrativas tradicionais.

Nossa primeira parada não podia deixar de ser a região do Cariri (sul do estado cearense). Não só pela ligação familiar que mantenho com a "terra da Mãe de Deus" (Juazeiro do Norte) onde nasceram minha avó e minha mãe, mas especialmente por ser o Cariri o principal pólo de culturas populares do nordeste brasileiro, quiçá do mundo.

A parceria com a Fundação Casa Grande - Memorial do Homem Kariri surgiu através da residência artística promovida pela Mostra SESC Cariri das Artes no ano de 2003, quando nós desenvolvemos oficinas e espetáculos para a meninada do sertão.
A apartir daí nos afeiçoamos ainda mais a pequena cidade de Nova Olinda, seus meninos e meninas e à Fundação Casa Grande, imensamente honrosa pelo trabalho que desenvolve na região, oferecendo em 2004 atividades independentes.

O Memorial do Homem Kariri da FCG foi uma das fontes primórdias de nossa pesquisa, quando conhecemos as lendas e mitos fantásticos dos índios kariús-karirís.


Com as crianças da Fundação Casa Grande - Memorial do Homem Kariri em 2003

A região, na Chapada do Araripe ainda guarda as marcas da cultura Kariri, seja em suas pinturas rupestres, seja em seu povo mestiço, na musicalidade de suas bandas cabaçais ou nos impressionantes momumentos naturais associados as lendas de sua oralidade ancestral.

Também foi lá que coletei minhas primeiras histórias com narradores tradicionais da região e é para lá que corro e recorro sempre que me ocorre a sede pelo essencial.

O Cariri é sem dúvida uma região encantada e sua história está profundamente enraizada na história da humanidade. Inegável é a sua condição no panorama das manifestações tradicionais do mundo.

Sua contribuição a oralidade brasileira é característica e marcante, em todos os seus aspectos e manifestações.

Uma referência que se confunde a minha própria história de vida.

A a partir daí, não paramos mais!




Foto: estradinha na serra Santana - Região do Cariri - Assaré - CE




___________________________________________________________________________________

ESTE ESPAÇO OBJETIVA DIVIDIR O PROCESSO DE PESQUISAS EM ORALIDADE TRADICIONAL VIVENCIADAS PELA CONTADORA DE HISTÓRIAS JOSY CORREIA QUE MAPEIA E COLETA CONTOS E NARRADORES TRADICIONAIS PELO MUNDO!



D E L I C I E M - S E!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Contador de Histórias multicolor...



A voz do contador é cor.
Azul é seu canto-conto.

Em cada história
uma mistura
que não se sabe,
a princípio,
qual a cor que vai dar...
Se bordô ou dourado ou caqui.

Quem quando conta sorri,
fica da cor do passado.

Engraçado ver um contador alado
virando arco-íris...