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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

PARA INÍCIO DE CONVERSA...

Iniciei efetivamente o trabalho com contos tradicionais no ano de 2002, quando fundei em parceria com a atriz, musicista e narradora Júlia Fiuza, a Cia. Catirina de Pesquisa e Produção/Ateliê da Palavra, na cidade de Fortaleza (Ceará - Brasil).

Buscamos referências na oralidade tradicional brasileira por ser essa a filosofia principal do grupo e iniciamos atividades com oficinas de contos, a principio para crianças e posteriomente para adultos e educadores.

Em nossa primeira montagem cênico-teatral buscamos a promoção do diálogo entre o artista de rua popular e o brincante tradicional através do espetáculo "AS CATIRINAS - Uma Comédia Tradicional popular" (www.ascatirinas.nafoto.net), nos utilizando da liguagem oral através da literatura de cordel e de manifestações orais como o repente e o côco de embolada. O espetáculo participou de diversos eventos em todo o estado do Ceará e apresentou-se em cidades como Rio de Janeiro-RJ, São Paulo-SP, Belo Horizonte-MG, Rio Branco-AC e em países como México, Cuba, Colômbia e Bolívia.




Em seguida desenvolveram-se os espetáculos de contos e narrações que teve como primeiro o musical para crianças "CANTIGAS CONTADAS".




A partir do ano de 2004 decidimos investigar a cultura oral brasileira a partir da pesquisa in loco, em contato direto com comunidades narrativas espalhadas pelo estado do Ceará e desenvolvendo projetos itinerantes que associavam apresentações de nosso repertório à coleta e mapeamento de narradores e narrativas tradicionais.

Nossa primeira parada não podia deixar de ser a região do Cariri (sul do estado cearense). Não só pela ligação familiar que mantenho com a "terra da Mãe de Deus" (Juazeiro do Norte) onde nasceram minha avó e minha mãe, mas especialmente por ser o Cariri o principal pólo de culturas populares do nordeste brasileiro, quiçá do mundo.

A parceria com a Fundação Casa Grande - Memorial do Homem Kariri surgiu através da residência artística promovida pela Mostra SESC Cariri das Artes no ano de 2003, quando nós desenvolvemos oficinas e espetáculos para a meninada do sertão.
A apartir daí nos afeiçoamos ainda mais a pequena cidade de Nova Olinda, seus meninos e meninas e à Fundação Casa Grande, imensamente honrosa pelo trabalho que desenvolve na região, oferecendo em 2004 atividades independentes.

O Memorial do Homem Kariri da FCG foi uma das fontes primórdias de nossa pesquisa, quando conhecemos as lendas e mitos fantásticos dos índios kariús-karirís.


Com as crianças da Fundação Casa Grande - Memorial do Homem Kariri em 2003

A região, na Chapada do Araripe ainda guarda as marcas da cultura Kariri, seja em suas pinturas rupestres, seja em seu povo mestiço, na musicalidade de suas bandas cabaçais ou nos impressionantes momumentos naturais associados as lendas de sua oralidade ancestral.

Também foi lá que coletei minhas primeiras histórias com narradores tradicionais da região e é para lá que corro e recorro sempre que me ocorre a sede pelo essencial.

O Cariri é sem dúvida uma região encantada e sua história está profundamente enraizada na história da humanidade. Inegável é a sua condição no panorama das manifestações tradicionais do mundo.

Sua contribuição a oralidade brasileira é característica e marcante, em todos os seus aspectos e manifestações.

Uma referência que se confunde a minha própria história de vida.

A a partir daí, não paramos mais!




Foto: estradinha na serra Santana - Região do Cariri - Assaré - CE




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ESTE ESPAÇO OBJETIVA DIVIDIR O PROCESSO DE PESQUISAS EM ORALIDADE TRADICIONAL VIVENCIADAS PELA CONTADORA DE HISTÓRIAS JOSY CORREIA QUE MAPEIA E COLETA CONTOS E NARRADORES TRADICIONAIS PELO MUNDO!



D E L I C I E M - S E!

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